A Corregedoria Geral da Polícia Militar do Espírito Santo acaba de concluir uma investigação iniciada em 2010 – de um fato ocorrido em 2008 – que chama atenção pelo mau caratismo protagonizado por um soldado.
A Portaria 295/2010 foi aberta para apurar a conduta do soldado S., acusado de utilizar um computador, pertencente à Fazenda Pública Estadual, que ele conectou ao MSN para manter “conversas indecorosas” com a esposa de um colega de farda, que é um cabo PM. A mulher, que é uma dona-de-casa, imaginava que estava conversando com o próprio marido pela internet.
Os nomes do cabo e de sua esposa e da unidade militar onde ele está lotado não estão sendo divulgados para manter a privacidade do casal. O nome do acusado está sendo informado apenas pela primeira inicial como forma de não identificar as vítimas de seu crime.
Segundo a denúncia concluída pela Corregedoria da PM, no dia 17 de fevereiro de 2008, por volta das 8 horas, o cabo saiu de serviço, em um Pelotão da PM de um município localizado no Sul do Estado, sendo substituído por dois soldados, entre eles, S.
O cano, que residia na época em um outro município vizinho, viajou para outra cidade, já na Região Serrana, para tratar de assuntos particulares.
Ao chegar voltar para casa, já de noite, o cabo foi recepcionado pela esposa, que o agradeceu pelas palavras “românticas e sensuais” que ele teria transmitido à mulher através da internet, em uma conta do MSN.
Surpreso, o militar se revoltou, mas não brigou com a esposa. Apenas alegou que não havia mantido conversa alguma com ela pela internet, pois havia se ausentado da cidade onde está instalado seu Pelotão e ido a outro município.
Foi então que o cabo lembrou que acessara o MSN no computador do Pelotão e que havia esquecido a conta esmo conectada. O casal observou que a pessoa que estava se passando pelo cabo começou a fazer comentários de “cunho sexual e desrespeitoso” com a esposa do militar.
O cabo telefonou para o Pelotão e descobriu que o soldado S. estava sozinho no local, já que o seu companheiro de turno havia saído para jantar.
O cabo comunicou o fato a um de seus superiores, que, no dia seguinte, solicitou que o técnico em Informática fosse ao Pelotão para checar o computador da unidade. Foi descoberto, então, que o computador havia sido utilizado para se comunicar com a esposa do cabo.
O soldado S. negou que tivesse usado o computador. Entretanto, a PM descobriu que ele procurou um técnico de Informática da cidade, a quem perguntou como proceder para apagar sites acessados na internet naquele 17 de fevereiro de 2008.
A Corregedoria da PM concluiu que há indícios da prática de crime militar e de transgressão disciplinar cometidos pelo soldado S. Ele agora está sendo denunciado na Auditoria da Justiça Militar.
A Polícia Militar do Espírito Santo tem mil e uma preocupações. Alguns poucos de seus integrantes deveriam poupar a Corporação de exemplos de mau caráter como esse protagonizado por um soldado irresponsável e tarado, não é mesmo?