Em determinado momento do ano passado, em conversa informal com este blogueiro, um deputado estadual – que foi eleito em outubro para a Câmara Federal – foi questionado porquê o governo do Estado não investia na melhoria das delegacias do interior. O parlamentar, que estava no banco da frente do carona de seu carro, virou para trás onde estava o blogueiro e respondeu:
“Há uma semana fiz a mesma pergunta ao governador Paulo Hartung, porque fui a uma cidade e constatei que a delegacia estava caindo aos pedaços. Ele me respondeu o seguinte: ‘Eu mando dinheiro para a Polícia Civil, mas a chefia – que naquele ano era o delegado Júlio César Oliveira – me devolve. Sabe por que isso acontece, deputado? Por que falta planejamento na Polícia Civil. Ninguém elabora nenhum projeto. Portanto, a instituição, sem projeto, não tem como usar a verba”.
O diálogo acima demonstra o que a falta de gerenciamento faz a uma instituição policial. Hoje, no mundo altamente competitivo e globalizado, os delegados de Polícia não podem entender somente de inquérito policial; entender só de operações cinematográficas para saírem na televisão ou nas capas de jornais. O delegado, assim como oficiais da Polícia Militar, precisam entender também de gestão administrativo-financeira e, sobretudo, de gerenciamento humano.
São dois pilares que estão sendo seguidos pelo atual chefe de Polícia Civil, delegado Joel Lyrio Júnior, que assumiu o cargo no dia 4 de fevereiro deste ano no lugar de Júlio César Oliveira. Joel Lyrio não está surpreendendo. Quem o conhece, sabe de sua competência como delegado e como gerente.
Graças a ele – e, claro, ao governo atual -, a Polícia Civil deu um salto de qualidade de 380 graus. Saiu, podemos dizer assim, dos tempos das cavernas para a modernidade.
Até antes da administração de Joel Lyrio, a gestão de Júlio César Oliveira sequer permitia delegados, escrivães, peritos, investigadores e demais servidores da instituição terem acesso a determinados sites e blogs.
Do jeito que as leis mudam a cada dia no Brasil, os operadores de segurança pública precisam ter acesso a todos os tipos de ferramentas para terem informações em tempo real.
Agora, a situação se inverteu. Recentemente, a Polícia Civil recebeu 600 computadores. Em breve, receberá outros 600, totalizando 1.200 aparelhos para serem distribuídos em todas as unidades da instituição.
Com Joel Lyrio, o agora deputado federal que reclamou das delegacias que caíam aos pedaços, não tem mais motivo para críticas. A Polícia Civil reformou três importantes delegacias, que já estão funcionando dentro dos moldes arquitetônicos e filosóficos projetados pelo governador Renato Casagrande, que defende o conceito de modernidade e humanização dos ambientes policiais visando a melhoria no atendimento à população.
Já foram reformadas as delegacias de Pinheiro, Guarapari e Conceição da Barra. Outras unidades policiais também estão em processo de reforma e/ou construção de novo espaço, como os Distritos de Polícia (DP) de Goiabeiras, Jardim Camburi e Santo Antônio (em Vitória); Delegacias de Itapemirim de Jaguaré, Baixo Guandu, São Gabriel da Palha, Jerônimo Monteiro, Muniz Freire, Barra de São Francisco.
Também serão reformados setores como a Academia de Polícia (Acadepol), Serviço Médico Legal (SML) de Cachoeiro de Itapemirim; Departamento de Polícia Judiciária (DPJ) de Colatina e Divisão de Crimes contra o Patrimônio.
A nova estrutura de delegacias e DPJs foi definida para atender de forma humanizada a população dos municípios, bem como estar adequada ao desenvolvimento econômico das região onde estão instaladas, proposta pelo atual governo. Objetiva também promover uma agenda de segurança pública positiva concebida nas ações do Estado Presente.
A Delegacia de Pinheiro, por exemplo, conta com recepção, duas salas para delegados, duas salas para escrivães, sala de investigação, sala para reconhecimento de suspeito separada do atendimento à população, recepção de espera, sala para assistência social, vestiários masculino e feminino, arquivo, duas celas-seguro, todo o aparato necessário para confecção de flagrante, acesso apropriado para pessoas com necessidades especiais, entre outros. Já o Departamento de Identificação conta com quatro novas salas. Cerca de R$ 1 milhão foram investidos nas obras.
A administração de Joel Lyrio, que tem o apoio do secretário de Estado da Segurança Pública e Defesa Social, Henrique Herkenhoff, investe também no fortalecimento da instituição. Desde 1994, o governo do Estado vinha travando uma batalha nos tribunais com candidatos de um concurso de investigadores.
Lyrio conseguiu, junto com Herkenhoff e Renato Casagrande, a nomeação de 380 investigadores e, assim, acaba de vez com imbrólio que dominava o tema.
Os novos profissionais estão sendo submetidos, atualmente, à fase da investigação social para que possam, em breve, serem nomeados e começar a trabalhar. Isso falar nos novos delegados, que já foram aprovados em concurso público e logo começam a atuar nas delegacias.
A gestão de Joel Lyrio obteve outra vitória: a partir de agora, os profissionais de Polícia civil que exercem cargo de chefia passam a ganhar gratificação. Graças a ele também, o governo promoveu, no início de sua administração, a promoção de mais de 100 delegados à categoria de especial.
Um dos segredos do sucesso alcançado até agora pela chefia de Polícia Civil é que Joel Lyrio é descentralizador e democrático. Ele delegada poderes a seus administradores, mas cobra resultado. E acompanha de perto todo o trabalho das equipes.
Assim, ele e a nova diretora da Academia de Polícia Civil (Acadepol), delegada Fabiana Maioral, planejaram e colocaram em execução o Curso de Aperfeiçoamento Profissional para os cargos de Investigador e Escrivão de Polícia Civil de 2ª categoria e o treinamento de policiais para o correto emprego da pistola Taser M-26, não letal. O curso começou na quinta-feira (25/08).
No primeiro dia do Curso de Aperfeiçoamento Profissional, os 63 policiais (47 investigadores e 16 escrivães) foram divididos em duas turmas. Em uma, os policiais tiveram uma palestra de motivação com o professor de Educação Física, Luís Pedro Barbosa Tostes.
Na outra turma, a aula foi no laboratório de informática ministrada pelo investigador Eduardo Pinheiro, profissional do mais alto nível, que já desvendou inúmeros crimes cibernéticos. Eduardo, aliás, foi um dos investigadores pioneiros no Brasil a combater esse tipo de crime praticado pela internet.
“Nesta gestão, o doutor Joel Lyrio priorizou a atualização profissional. Investir no profissional é muito importante para a nossa atividade-fim”, diz um delegado.
A Polícia Civil está modificando todo seu parque tecnológico. Com os novos computadores, estão sendo instaladas também linhas mais rápidas de banda larga nas unidades de todo o Estado. Assim, as delegacias do interior serão interligadas às unidades da Grande Vitória, possibilitando uma comunicação mais rápida, sem necessidade de deslocamento.
Reforçando o diálogo lá de cima: planejamento proporciona mais eficiência. E o governador Renato Casagrande reconhece o trabalho do delegado Joel Lyrio Júnior e não vai aceitar retrocesso na administração da Polícia Civil.