O governador Renato Casagrande (PSB) deu uma aula de agilidade à cúpula de segurança pública do Estado, ensinando às autoridades como serem ágeis e não burocratas quando o assunto é sério e grave, como o pedido feito pelo juiz Carlos Eduardo Ribeiros Lemos, de aumentar sua escolta policial, por causa de ameaças de morte feitas supostamente por coronéis da Polícia Militar.
Foi necessária a interferência pessoal e direta do governador para que o comandante geral da PM, coronel Anselmo Lima, deixasse de lado a burocracia e a falta de agilidade e aumentar, a partir deste sábado (20/08), a segurança do juiz Carlos Eduardo.
Em resposta às declarações do juiz Carlos Eduardo de que o Estado não atendeu a ofícios solicitando a substituição de dois PMs da segurança dele que haviam saído do grupo, o governador Renato Casagrande determinou ao comandante geral da Polícia Militar, coronel Anselmo Lima, no final da tarde de sexta-feira (19/08), o deslocamento de mais dois militares para integrar a escolta do magistrado e da família dele. O juiz passa a ter agora 14 policiais se revezando na vigilância dele, da esposa e dos filhos.
A determinação de Casagrande foi dada durante reunião no Palácio Anchieta, convocada às pressas pelo governador, com o secretário de Estado da Segurança Pública e Defesa Social, Henrique Herkenhoff, e o coronel Anselmo.
Outro detalhe grave demonstra como certos servidores acham que são pagos pelo contribuinte para não deixar que o governador tome conhecimento de problemas. Em entrevista coletiva, Casagrande garantiu que só tomou conhecimento da solicitação do juiz Carlos Eduardo após a declaração do magistrado à Rádio CBN.
Segundo o governador, o ofício direcionado a ele pelo juiz foi automaticamente encaminhado, sem o conhecimento dele, para a Secretaria de Estado da Segurança Pública e Defesa Social, responsável em responder qualquer questionamento referente à área de segurança.
(Atenção servidor que recebeu o ofício encaminhado pelo juiz Carlos Eduardo: a população do Espírito Santo, em sua maioria esmagadora, votou em Casagrande para ele governar o Estado. Portanto, sem tomar conhecimento dos problemas, o homem não pode governar com eficiência prometida. Se o ofício foi direcionado a Renato Casagrande, era ele que tinha que ler, ainda mais se tratando de um documento enviado por um magistrado).
Outra demonstração de burocracia e falta de agilidade, que certamente deve ter irritado o governador. Ao receber o ofício endereçado a Casagrande, a Sesp encaminhou o documento ao comandante geral da PM, coronel Anselmo Lima, que, por sua vez, lavou as mãos e transferiu o problema para Assessoria Militar do Tribunal de Justiça.
E nada foi resolvido, porque o presidente do Tribunal de Justiça, desembargador Manoel Alves Rabelo, explicou, por intermédio de nota enviado à imprensa, que já se reuniu com o Secretário de Segurança Pública, Henrique Herkenhoff, desde o início desta semana para discutir a questão da segurança dos juízes do Poder Judiciário Estadual que sofrem ameaças. O presidente reforçou ainda que vem tratando com zelo e preocupação todos os casos de ameaças aos juízes, mas que são casos pontuais.
“Estamos nas discussões preliminares para elaborar um Plano de Segurança para os magistrados, conforme determinação do Conselho Nacional de Justiça”, disse o presidente.
Será que sempre que surgir uma crise é o governador Renato Casagrande que terá de mandar seus gerentes (secretários e chefes de corporações policiais) tomarem decisões?
“Estamos prontos para colocar mais policiais à disposição da Assessoria Militar para resolver o assunto pendente com relação ao juiz Carlos Eduardo. Temos total compromisso com a proteção dos magistrados que trabalham ou trabalharam, como é o caso dele, no combate ao crime organizado. Não vamos fazer nenhuma economia para dar proteção a essas pessoas”, garantiu o governador Renato Casagrande.