O governador Renato Casagrande (PSB) deixa claro que o mapa estratégico de sua administração tem dois objetivos e quatro premissas. São com essas seis diretrizes que ele pretende administar o Espírito Santo. Para tanto, precisa da compreensão da sociedade e do entendimento da classe política.
A sociedade parece ter muito mais compreensão do que a classe política. Com pouco mais de seis meses de governo, assessores sem experiência administrativo-política já entraram em conflito com a tropa de choque do ex-governador Paulo Hartung (PMDB).
Outros, acertadamente, já aplicaram ações que eram detestadas pelo staf de Paulo Hartung. A área de segurança pública é uma delas. Os secretários Henrique Herkenhoff (Segurança Pública) e André Garcia (Ações Estratégicas) têm adotado postura e implantado programas de combate à violência – que vêm dando resultado positivo – que eram menosprazados pela cúpula passada da Secretaria de Estado da Segurança Pública e Defesa Social.
Quem apoiou de verdade Renato Casagrande na campanha eleitoral do ano passado sabe que ele iria imprimir sua filosofia logo no início do govermo. Um desses apoios foi o do senador Magno Malta (PR), reeleito em outubro de 2010 para mais oito anos de mandato.
Antes mesmo da eleição, Magno Malta repetia o seguinte refrão: “Paulo Hartung arrumou a casa; Renato Casagrande, depois de eleito, vai cuidar dos moradores”.
O senador tem repetido sua fala. Hoje, ele permanece ao lado de Casagrande. “E vou continuar enquanto Casagrande entender que tem que governar para o povo, para os mais pobres”.
Magno Malta estava e está certo. Ao assumir o governo, Casagrande deixou bem claro que seu compromisso é com as camadas mais pobres da população capixaba. O governador reiteirou o compromisso em gestos e discursos ao longo desses pouco mais de seis meses de governo.
No dia 20 deste mês, por exemplo, ao reunir lideranças de partidos políticos para um café da manhã no Palácio Anchieta – quando deixou o cargo para uma semana de descanso e em seu lugar assumiu o vice, Givaldo Vieira -, Casagrande repetiu que o mapa estratégico de sua administração tem dois objetivos e quatro premissas.
As premissas são: equilíbrio fiscal, responsabilidade com o meio ambiente, transparência e gestão participativa.
“O primeiro objetivo desse governo é o de atender quem mais precisa. Precisamos colocar o governo para trabalhar para quem precisa. Esta é a visão que está cada vez mais se consolidando na nossa administração. Costumo dizer que uma pessoa com mais visão, consegue chegar ao governo. Agora, o governo precisa chegar às pessoas mais necessitadas”, disse Renato Casagrande.
O segundo objetivo da administração do socialista Casagrande é o desenvolvimento equilibrado das diverssas regiões do Estado, para melhorar, sobretudo, o combate à pobreza e à violência – e, ao mesmo tempo, levar novas empresas para todas as regiões do Estado.
“O planejamento estratégico tem que chegar às 12 microregiões do Espírito Santo. Ou seja, atingir e beneficiar os 78 municípios capixabas”, afirmou o governador, que, nesse ponto, entrou na área de segurança.
Disse que cada uma das 12 microregiões terá que receber em seu governo pelo menos um Batalhão da Polícia Militar; uma Delegacia de Polícia Civil que funcione 24 horas por dia e todos os dias da semana; uma unidade hospitalar funcionando para atender toda a população; e, quem sabe, até uma “escola técnica estadual ou federal”.
Algumas das 12 microregiões já possuem Batalhão da PM. Nos planos do governador Casagrande, as Delegacias de Polícia Civil e os Batalhões da PM poderiam funcionar num mesmo prédio. Ou, caso não seja possível o funcionamento num mesmo espaço físico, que atuem de forma integrada.
“Minha vontade e determinação são muito grandes. A população nos elegeu para dedicarmos, de maneira exclusiva, quatro anos de nossas vidas ao Espírito Santo. É isso que vamos fazer”, sacramentou Renato Casagrande.
É preciso, porém, que as forças ocultas que agem por trás da política e da administração pública do Estado deixem o governador trabalhar.