Falando para uma plateia formada em sua maioria por policiais militares e bombeiros militares, o senador Magno Malta (PR), candidato à reeleição, defendeu na noite desta segunda-feira (16/08) a criação do Ministério da Segurança Pública.
O parlamentar foi mais além: disse que vai apresentar um projeto de lei que prevê a construção de um presídio de segurança máxima no “coração” da Amazônia, para abrigar os 70 maiores bandidos que comandam o crime organizado no Brasil.
O discurso de Magno Malta foi feito na sede recreativa da Associação de Cabos e Soldados da Polícia Militar e Bombeiro Militar do Estado do Espírito Santo, em Jardim Camburi, Vitória, durante lançamento da candidatura do deputado estadual Josias Da Vitória (PDT) à reeleição. O evento contou também com a presença do senador Renato Casagrande (PSB), candidato ao governo do Estado, e do vice-governador Ricardo Ferraço, candidato a uma outra vaga ao Senado.
Ao ser lembrado que hoje o maior defensor da criação do Ministério da Segurança é o candidato à Presidência pelo PSDB, José Serra, Magno Malta foi categórico:
“Sempre defendi a criação dessa Pasta desde quando presidia a CPI do Narcotráfico (na época, Magno era deputado federal). Quando cheguei ao Senado, em janeiro de 2003, voltei a defender o Ministério da Segurança Pública”.
Segundo o senador, o Ministério da Segurança, caso seja criado no futuro governo, não acabaria com os ministérios da Defesa e nem da Justiça. “Cada um desses dois continuaria com suas responsabilidades constitucionais. O Ministério da Defesa, principalmente, teria melhores condições de patrulhar nossas fronteiras”, afirmou Magno Malta.
O senador explicou em seu discurso que o Ministério da Segurança Pública poderia ditar normas para os estados e municípios administrarem melhor suas polícias no combate à criminalidade.
Magno Malta defendeu também que estados do Sudeste, Centro-Oeste e da Amazônia reservem um percentual de seu orçamento para investir no policiamento da fronteira brasileira com outros países. Ele lamentou a falta de investimento do governo na Polícia Federal e citou, como exemplo, a Argentina, que possui muito mais agentes federais do que o Brasil, apesar de ter uma população infinitamente inferior à brasileira.
Quanto ao presídio de segurança máxima na Amazônia, contaria, pelo projeto de Magno Malta, de uma central de monitoramento em que os presidiários poderiam ser vigiados e acompanhados até pelos seus familiares.
“Seria uma espécie de big brother, com monitoramento 24 horas. Os 70 chefões do crime organizado no Brasil seriam vigiados pelo governo e acompanhados também em tempo real pelos seus familiares. Minha intenção, com a construção dessa cadeia, é evitar que os criminosos mais perigosos do País continuem comandando o crime mesmo de dentro de um presídio”, explicou Magno Malta.